O Estudo DESENVOLVEU UMA MATRIZ PARA O DIAGNÓSTICO Dos projetos DE SECRETARIAS DE EDUCAÇÃO PARA A MELHORIA DO CLIMA ESCOLAR
45% dOS ÓRGÃOS GESTORES do Brasil estão parcialmente estruturadOs para gerir casos de violência, racismo e bullying nas ESCOLAS
A pesquisa “Gestão das redes de ensino e clima escolar: mapeamento das ações e uma proposta de matriz avaliativa sensível à equidade”, foi desenvolvida pelo Núcleo de Pesquisa em Desigualdades Escolares da Universidade Federal de Minas Gerais (Nupede/UFMG), sob a coordenação das professoras Flavia Pereira Xavier e Valéria Cristina de Oliveira. A iniciativa teve o apoio do Programa de Fomento à Pesquisa Aplicada do Centro Lemann, edital aberto em 2022, que selecionou seis grupos de pesquisa espalhados pelo País para produzir evidências que apoiem a tomada de decisão de lideranças educacionais e fortaleça a equidade na agenda de educação brasileira.
O estudo mapeou políticas e intervenções relacionadas à melhoria do clima escolar implementadas por secretarias estaduais e municipais de educação, entre os anos de 2022 e 2023. O trabalho foi lançado hoje (22/08) no evento “Diálogos pela Equidade na Educação: contribuições da pesquisa aplicada”, promovido pela Fundação Lemann, Centro Lemann e Núcleo de Estudos Raciais (Neri) do Insper, na sede do Insper, em São Paulo/SP.
A pesquisa se baseou na revisão de artigos acadêmicos e na coleta de dados em uma amostra representativa do Brasil, com aplicação de questionários em 14 secretarias estaduais e 182 secretarias municipais de educação. O produto final é uma matriz avaliativa com os critérios de classificação das práticas de gestão. Ela foi organizada em cinco dimensões: 1) estratégias de comunicação entre secretaria e escolas; 2) desenvolvimento de projetos orientados especificamente para a melhoria do clima; 3) ações para a administração do clima no cotidiano das escolas; 4) estabelecimento de parcerias; e 5) existência de orientações dessas ações para a equidade.
Após análise dos resultados de cada uma das dimensões da gestão do clima escolar, as secretarias foram organizadas em cinco grupos: incipiente, pouco estruturado, parcialmente estruturado, estruturado e muito estruturado. Os dados mostram que ainda são pouco desenvolvidas as estratégias de comunicação entre escolas e secretarias para a identificação, intervenção e monitoramento sobre situações que afetam o clima escolar. Apesar da grande frequência de secretarias que afirmam investir na formação continuada de docentes, poucas desenvolveram planos de convivência ou incluíram a questão do clima escolar em documentos como o Plano Político-Pedagógico.
Recomendações para as gestores municipais e estaduais
- Mapear ações e estratégias das secretarias;
- Incluir equidade nos instrumentos de mensuração do clima escolar e nas
intervenções;
- Manter o acompanhamento das escolas pelas secretarias;
- Elaborar protocolos contendo orientações/referências para as escolas;
- Orientar os profissionais de educação sobre como identificar discriminações;
- Prover recursos financeiros;
- Diversificar os projetos de intervenção, mantendo a coerência/unidade da proposta da rede;
- Estabelecer parcerias intersetoriais, com liderança da secretaria.
Acesse aqui o relatório final da pesquisa